30/10/2012

modern drift


I can keep my head inside
When the modern drift is all i have.
You can pull my head aside
But the modern drift is all i have.
When the moment dies
And i come to you
With a broken lie
That i made for you.
If i wait to see you
With the living ghosts
Will they catch your sight
Or the back of you?
I can keep my head inside
When the modern drift is all i have.
You can pull my head aside
But the modern drift is all i have.
We appear so strong
But we're all afraid.
They will play your hands
Like a puppeteer.
And the dreams aren't true
But we know it-we know that too-
That the angel said to the hollow death:
"i can keep my head inside
When the modern drift is all i have.
"you can pull my head aside
But the modern drift is all i have.
"it's all i have".


A todas as palavras e nomes dados,
definições, rótulos, pensamentos falados,
preconceitos, ideias, considerações,
juízos, opiniões, boas ou más intenções.
A todos os ditames, velhas e novas doutrinas,
avisos, normas, regras cabotinas,
critérios, valores, generalizações,
ordens, exemplos ou supostas ponderações.
Penso pó.
Quem comigo não quiser estar,
entre este e o outro lugar,
nesta paragem em movimento,
posição sem assento.
Fico só.

A todas as ordens, comandos e posturas,
promessas, intenções, anseios, juras,
perspectivas certas, incertas,
razão, fé ou esperança despertas.
A todas as coisas do espírito e essência,
constância, presença ou ausência,
graça, alma, energia, sentido,
sopro, suspiro ou bramido.
Penso perigo.
Quem de mim apenas duvidar,
não é caso para alarmar,
neste  ou noutro caminho,
com mais ou menos alinho.
Fico comigo.

Se o que escrevo parece pretensioso,
falho, iníquo ou presunçoso,
vazio, frívolo, leviano,
uma mentira, uma verdade ou um engano.
Será um desentendimento descabido,
porque a um pássaro ferido,
não se nega abrigo.
Sigo, contradigo, desdigo, redigo, castigo.
Desato o nó.
E o vento levar-me-á,
e o vento levar-te-á.
Migalhas ínfimas de poeira
qual erro, qual asneira,
qual busca, qual demora, qual agora,
qual fracasso, qual sucesso, qual hora,
quer queira quer não queira
serei poeira e só poeira.
E serei só.

bom dia

Do alto dos desalinhados cabelos brancos e aos cinquenta e tal anos, o coração de Manuel Zacarias Segura Viola sabe que nada sabe, mas ainda pensa saber que se anda por aqui, planeta Terra ou emTerra, a batalhar por quem se ama e depois morre-se.
O pior é que nesta amargura já nem novidade existe.

25/10/2012

e a questão é: o trompete é rebelde ou mal-educado?

bom dia

Manuel Zacarias Segura Viola teve, hoje, uma reunião com vários professores, doze ou treze para ser mais exacto sem exactamente ser preciso. Ao ar acabado, resignado e, até, desinteressado de 60 a 70% dos senhores e senhoras, sucederam-se palavras transtornadas, amarguradas, desesperadas de queixas sem fim. Quando questionados objectivamente sobre a atenção dada na formação de turmas, sobre a necessidade de aguçar uma geração que consegue falar no facebook, mandar sms e ver um filme ou um jogo de futebol em simultâneo e, também, sobre distinguir o que é má-educação, parvoíce e estupidez de uma rebeldia saudável, objectivamente não objectivaram nada. Não confirmam nem desmentem, não se comprometem nem, tão pouco, se "compromentem", o mal estar está no ar e os putos têm é que não chatear, até porque, desconfia Zacarias, tem de se guardar força e capacidade para os dramáticos enredos da casa do degredo.
O coração de Zacarias percebe que os profs têm sido burocratizados, maltratados e desacreditados, mas com aquelas carrancas e discurso até a Zacarias apeteceu começar aos pinotes e caretas na reunião.

Casa dos Segredos ou a bondade televisiva


Há dias, nos minutos de Casa dos Segredos (TVI) que acompanhei, a apresentadora do programa insistia com os concorrentes para lhe dizerem se tinham ou não tinham estado “debaixo do edredon”... Mais do que isso: se admitiam que, nos dias mais próximos, iam estar “debaixo do edredon”... Presente na plateia, a mãe de uma das concorrentes foi mesmo solicitada a comentar o facto de a sua filha ter estado, ou poder vir a estar, “debaixo do edredon”... (e a humilhação a que a incauta senhora foi sujeita não foi das coisas mais agradáveis de observar).
Acontece isto num espaço televisivo em que, ciclicamente, nos impingem também uns programas muito sérios em que alguém modera conversas seriíssimas sobre temas de inquestionável seriedade. Temas como, por exemplo, a educação sexual...
E o mais espantoso já nem é o facto de a televisão, como sistema de linguagens, alimentar esta esquizofrenia mediática de nos vender os horrores do Big Brother e seus derivados, ao mesmo tempo que, ciclicamente, assume um ar muito sério para nos querer convencer que está preocupada com as atribulações dos humanos. O mais espantoso é que, sempre que se discutem as chamadas questões transversais, a própria televisão não seja convocada para o diálogo.
Fala-se da quebra de índices de leitura e ninguém fala de televisão... Fala-se da fragilização da consciência política dos cidadãos e ninguém fala de televisão... Fala-se de sexualidade e educação sexual e ninguém fala de televisão... E há sempre aquele momento em que algum dos convidados mais cândidos diz: “Seria importante perceber o papel da televisão na conjuntura que estamos a discutir...” Quase sempre também, há um moderador atento que esclarece: “Pois, isso é muito interessante, mas o nosso tema não é esse.”
Uma coisa é certa: através de tais práticas, a televisão alimenta as mais delirantes formas de fingimento, como se o mundo fosse um interminável espectáculo de coisas malignas, aqui e ali resgatado pela bondade inquestionável das mensagens televisivas. E tudo isso, heroicamente, por cima do edredon.

18/10/2012

Today's Supernatural



Come on let-let-let-let-let-let-let go
From that sea-saw
This is fucking your brain
It's gonna hold me out again
Come on let-let-let-let-let-let-let go
By all the key-hole
You can press yourself against it
You keep waiting for me cage

bom dia

Manuel Zacarias Segura Viola desgrenhado ao espelho:
Camaradas e Camarados a nossa arma é a razão e o pensamento, por isso, portugueses e portuguesas, revoltem-se. Amigos e amigas a conjuntura e o conjunturo não é a que nos querem vender, outro mundo é possível. Unam-se contra os  ratos, ratas, coelhos, coelhas e todos os animais e animalas que nos governam. O poder dos corações e coraçonas vencerá e, já agora, exijam um novo acordo ortográfico, se existe coração porque não existe coraçona, se existe azeitona porque não existe azeitão e por aí fora. Obrigado, obrigada a todos e todas, amigos, amigas, portugueses, portuguesas, camaradas e camarados.

17/10/2012

camaradas, amigos e também amigas claro, ainda dizem que os camaradas são só velhos


O outro rio está igualmente caudaloso, mas tem foz e leito e sabe muito bem o que quer e di-lo cada vez mais. A manifestação da CGTP era muito mais difícil de fazer com sucesso do que a de 15 de Setembro. Não contava com a mesma simpatia comunicacional que a de 15 de Setembro, e teve que ser sujeita a uma agenda comunicacional assente na comparação de números com a anterior. Com toda a força que tem o pensamento débil, parecia que as redacções não queriam fazer mais nada do que saber se uma era maior do que a outra, se a multidão cabia no Terreiro do Paço cuja medida “cientifica” foi contraposta á de uma Praça de Espanha, nunca medida, nem cheia. A tendência para o exagero dos números de dia 15, contrastava aqui com a minimização, e como a cabeça não dava para muito mais, não viam o muito que havia para ver de novo no dia 29 de Setembro. Da mesma maneira que elogiavam a manifestação de 15 de Setembro para a engolir, o establishment fazia de conta que a 29 apenas tinha havido um remake das sempre iguais e sensaboronas manifestações da CGTP. 

Sindicatos e CGTP são para eles “velhos”, desinteressantes e de cassete, e prestaram pouca atenção ao facto de Arménio Carlos ter feito o mais violento discurso comunista desde o PREC, a milhas do moderado Jerónimo de Sousa, dirigindo-se quase sempre aos “camaradas” e só no fim se lembrou dos “amigos e amigas”. Não viram a multidão a cantar A Internacional, não viram aquilo que foi o mais evidente sinal de uma radicalização nas fileiras do PCP desde há anos de crise. Ora isso não só é novo, como dá uma dimensão que ao governo e o poder devia suscitar as maiores preocupações. Até porque se deve ao PCP e quase só ao PCP e à CGTP o clima de “paciência” do povo português e não haver violência nas ruas. Arménio Carlos afirmou que a CGTP não permitiria violência na sua manifestação e quem lá estava sabe que isso é para tomar á letra, como sabe a polícia que confia mais no serviço de ordem da CGTP do que em milhares de efectivos. O PCP, por cultura política, despreza a violência folclórica dos esquerdistas actuais, mas é tudo menos um touro manso. 

A CGTP e o PCP estão cada vez mais a dar expressão a uma radicalidade que vem de baixo, dos locais de trabalho, seja na função pública maltratada, seja nas fábricas onde há despedimentos colectivos, seja em sectores de trabalhadores que são tratados com desprezo por administrações que estão a rasgar acordos que assinaram há um ano. Se houver greve geral podem ter a certeza que será muito mais dura. Pode até haver menos grevistas, mas os piquetes vão tomar a sua função a sério. Porque este não é o mundo das raparigas a abraçar polícias e depois andar a tirar fotografias em pose para revistas cor-de-rosa. 

16/10/2012

anda Pacheco II


Por várias razões, entre as quais se conta uma diferente proximidade social, cultural, etária, profissional, os órgãos de comunicação social tratam de forma muito diferente as manifestações da CGTP e as dos movimentos como o 15O, os grupos "culturais", "indignados", "precários", etc. Isso foi evidente ontem, com um relato muito mais hostil à Marcha contra o Desemprego, permanentemente procurando medi-la em números, compara-la, fazendo perguntas que têm implícito factores de repulsão no movimento sindical, que nunca seriam (nem foram) colocadas à manifestação da "cultura". Não há aí também factores de repulsão? Não há aí comparações a fazer entre ontem e o 15 de Setembro? E depois o mundo da "cultura" parece mais conhecido e próximo do que aquele de "outra gente", vinda da margem sul, do Alentejo, de fábricas, sim dessa coisa exótica que são as fábricas. Mais ainda: dessa coisa exótica para os jornalistas que é o mundo do trabalho industrial, em que é suposto saber a diferença entre um torno e uma fresa.


Pois é Pacheco, e as famosas forças de bloqueio dos anos 80. Ó que porra.


anda pacheco


Os casos de Passos e Relvas são típicos, porque uma parte fundamental da sua carreira é feita dentro dos partidos, nas "jotas", passam pelos cargos mais ligados ao controlo político "distributivo" no Governo (Relvas) e são empregados por terceiros em empresas em que as redes de ligação com o poder político são fundamentais para aceder aos "negócios". Uma frase esquecida de Ilídio Pinho quando dizia que ter acesso ao poder político valia um milhão de contos traduz bem a utilidade dos políticos para os seus patrões privados. As contas ainda eram em escudos, mas toda a gente percebeu de que é que ele falava.

Essas áreas incluem a formação, no tempo áureo dos fundos, e depois nos sectores como o ambiente, energias renováveis, resíduos e construção, tudo áreas que conheceram grande expansão com dinheiros públicos nos últimos anos. O caso da Tecnoforma, envolvendo Passos e Relvas, é típico de uma espécie de empresas "jota", em que pessoas com carreiras políticas interdependentes entre si se organizam para aproveitar as oportunidades que o acesso ao poder político cria. Este tipo de processos é transversal aos dois partidos, PS e PSD, e acentuou-se nos momentos em que o dinheiro fácil, com os fundos comunitários e com um Estado gastador, permitiram todo o tipo de "negócios". Uns são gigantescos, como as PPP, e outros medíocres, como o das empresas de "formação", mas são da mesma natureza e têm o mesmo perfil de protagonistas.



Muito bem Pacheco, mas que eu me lembre, apesar da cabeça pesada de tanta hipocrisia e demagogia, isto começou no tempo do Cavaco quando os fundos começaram a jorrar da UE directamente para todos esses jogos de poder. Que eu me lembre o Pacheco era um dos testas de ferro da maioria cavaquista ou estou enganado?

a queda...


Camarada Van Zeller, na mesma semana em que um austríaco, a viver acima das suas possibilidades, subiu 39 mil metros para dar o salto mais alto de todos os tempos, o Governo português apresentou o Orçamento de Estado 2013 para cair definitivamente no mais fundo abismo de que há memória. Esta semana de recordes é também a semana em que ficámos a saber o que move homens inteligentes como Vítor Gaspar no Governo. O ministro confessou que está a tentar retribuir o custo que o país teve com a sua educação, está a tentar devolver ao país esse custo. Como? Procurando arrecadar 70.589.600.000€ em impostos no próximo ano. Repare-se como nos saiu cara a educação de Gaspar, ainda ontem fotografado, ao lado de outro espécime cuja boa educação também nos tem sido tão onerosa, a oferecer um livro de anedotas a uma cocker spaniel reformada, aos 42 anos, por 10 anos de trabalho no TC que lhe valem 7255€ mensais.

maniqueísmo

No facebook anda a circular uma foto de uma criança a receber uma bandeira americana enquanto chora a morte do pai, acompanhada com este maravilhoso texto:

His dad died from fighting for our country
Click Like to show respect ♥
keep scrolling to say I don't care.


Não sei se a fotografia é pública ou privada, o que daria para uma análise mais profunda sobre a forma como podemos dispor/expor a vida dos outros sem a respectiva autorização, mas olhando apenas para o texto, só por si demonstrativo do tipo de maniqueísmo que impregna a sociedade de hoje e da hipocrisia que, inevitavelmente, daí advém, só podemos ficar preocupados.
Preocupa-me, ainda mais, a enorme contagem de pessoas que, supostamente, tentaram demonstrar o tal respeito, qual concurso de TV em que se vota no número não sei quantos para sair um ou outro, geralmente sai o mau fica a boa ou boazona, que a pornografia está cara. Claro que aqui o maniqueísmo é um pouco pervertido, porque se a matéria é intrinsecamente má e o espírito intrinsecamente bom, a não ser que as mamas e rabos já pertençam às coisas do espírito, existe qualquer coisa que não está bem. Como tudo isto me parece hard core bdsm pesado demais e uma perversão demasiado triste do que deve ser o sentimento humano enquadrado numa racionalidade que é suposto virmos a apurar ao longo dos milénios, deixo aqui duas excelentes fotos da World Press Photo, informativas deste mundo que vai sendo o nosso.


The international jury of the 55th annual World Press Photo Contest has selected a picture by Samuel Aranda from Spain as the World Press Photo of the Year 2011. The picture shows a woman holding her wounded son in her arms, inside a mosque used as a field hospital by demonstrators against the rule of President Ali Abdullah Saleh, during clashes in Sanaa, Yemen on 15 October 2011. Samuel Aranda was working in Yemen on assignment for The New York Times. He is represented by Corbis Images.

Nick Ut 1972
Phan Thi Kim Phuc (center) flees with other children after South Vietnamese planes mistakenly dropped napalm on South Vietnamese troops and civilians.

15/10/2012

juventude

Não tenho motivos para ter saudades da juventude, detestei a puta da juventude, mas agora ouço os mais novos à conversa e percebo que este já não é de todo «o meu tempo». E eu não sou sequer igual àquilo que era «no meu tempo». Em que sentido? Expliquei-lhe que me tornei agnóstico em matéria profana, as artérias endurecem, o coração também

aqui: http://a-leiseca.blogspot.pt/2012/10/juventude-2.html

desobediência

«Nunca a lei tornou um homem mais justo; é por causa do respeito pela lei que até alguns bem-intencionados se tornam todos os dias agentes da injustiça»

Henry David Thoreau: A Desobediência Civil

elogio aos touros bravos

Quando um puto se revolta contra a injustiça, mesmo que de forma desorganizada, o que é natural devido à tenra idade, o mundo pula e avança como diz o outro. A antiguidade não deve nunca ser um posto, levei com isso na tropa e lembro-me bem da estupidez que este pensamento gera. Quando os princípios básicos de equidade não são postos em prática por quem deve, todos têm o direito e o dever até de rebelar-se, os miúdos inclusive (felizmente nem todos são morangos com açúcar) . A sociedade bem pretende formar carneiros para o rebanho, sempre foi mais fácil a quem detém algum poder lidar com carneiros do que com touros bravos que investem quando são picados, mas o que seria do mundo sem esses touros.
Terão a vida muito dificultada é certo, mas serão sempre touros bravos e não carneiros.



I'm an antichrist, I'm an anarchist
Don't know what I want
But I know how to get it
I wanna destroy the passerby
'Cause I want to be anarchy
No dog's body...

13/10/2012

parabéns Tiago


Este sou eu com a mais recente aquisição da família, sei que depois de uma queda enquanto fazia traquinices levou uma série de pontos, já começa a ficar marcado pela vida, ainda bem, tem a quem sair :). Ontem o Tiago fez 2 anos, e daqui vai um grande beijo até ao outro lado do atlântico.

vamos?



Estaba pensando sobreviviendo con mi sister en New Jersey,
Ella me dijo que es una vida buena alla,
Bien rica bien chevere

bom dia

Manuel Zacarias Segura Viola acordou como o dia, cheio de luz, isto não soa muito bem mas pronto, energia, ainda pior, e vontade de caçar ratos e ratas (esta nova moda do género é parva mas aqui não gostamos de melindrar ninguém). Zacarias começava pelos críticos do prémio Nobel da Paz dado à União Europeia, porque gosta de ser Europeu e de uma ideia de uma Europa unida, depois passava ao conselho de ministros, grande caçada de ratos, ratas e uma ratazana disfarçada de coelho, depois o conselho de estadinho e por aí fora. O que faria bombear mesmo o coração de Zacarias era vê-los na ratoeira do grande Tom que Espera prontos para um banho no limpinho Trancão.
Vamos?

12/10/2012

by unting rats I mean this

Which will



Which will you go for
Which will you love
Which will you choose from
From the stars above
Which will you answer
Which will you call
Which will you take for
For your one and all
And tell me now
Which will you love the best
Which do you dance for
Which makes you shine
Which will you choose now
If you won't choose mine
Which will you hope for
Which can it be
Which will you take now
If you won't take me
And tell now
Which will you love the best

where's the High



There is a house with a fountain
Things that kept me satisfied
I lost my life as a young man
And I’ve been running ever since

bom dia

Já faz tempo que Manuel Zacarias Segura Viola disse que não percebia a questão da porta que se fecha e de outra que se abre, até porque, por vezes, só há uma porta, outra questão que Zacarias não percebe é a do copo meio cheio ou meio vazio, porque um copo cheio está cheio, um copo vazio está vazio, se estiver a meio, o que é uma merda, a meio está. Assim, se é verdade que o coração de Zacarias gosta do copo cheio, não é menos verdade que o prefere vazio do que a meio.

11/10/2012

many names



Curses turned gifts 
I was struck down 
But I could rise 

10/10/2012

bom dia

Manuel Zacarias Segura Viola ainda não anda a caçar ratos, nem ratas, já que agora se usa e é de bom tom usar os dois géneros, mas por vezes apetece-lhe. O passado passado está, o presente é a mesma dúvida que foi o passado e que será o futuro. E se existe uma certeza com pouca dúvida que assiste o coração de Zacarias é que, com mais ou menos sangue, o coração de Zacarias um dia deixará de assisti-lo e, aí, qualquer arrependimento será inútil.     

momento

É quase impossível destacar um, mas este arrepiou. Quando for grande quero ser assim, excepto o chapéu.




And who by fire, who by water,
who in the sunshine, who in the night time,
who by high ordeal, who by common trial,
who in your merry merry month of may,
who by very slow decay,
and who shall I say is calling?
And who in her lonely slip, who by barbiturate,
who in these realms of love, who by something blunt,
and who by avalanche, who by powder,
who for his greed, who for his hunger,
and who shall I say is calling?
And who by brave assent, who by accident,
who in solitude, who in this mirror,
who by his lady's command, who by his own hand,
who in mortal chains, who in power,
and who shall I say is calling?

04/10/2012

censura

O agravamento em 30% no IRS não me vai afectar, faz alguns anos que estou fora do sistema e assim pretendo estar enquanto me for possível. Comecei a descontar muito cedo, com 18 anos, nunca aldrabei as contas da empresa nem fiquei a dever dinheiro a ninguém e devido à incompetência das repartições de finanças ainda lhes paguei mais do que o que devia, o resultado natural foi a falência. Bastaram  14 anos para ver que portugal não funciona, que a honestidade e a urbanidade não valem de nada neste cantinho.
Depois, politicamente, tenho visto um povo mais dedicado às caldeiradas do big brother's e afins ou a quantidade de amigos e frases feitas facebookianas do que a preocupações sérias com o trilhar de um caminho presente e, principalmente, futuro. Continuamos a ser um povo de dentes estragados que cospe para o chão enquanto vomita as últimas da casa dos degredos. O ensino, mesmo o superior, não é mais do que encher chouriços de má qualidade, ninguém tem paciência para ninguém porque ninguém vislumbra o presente quanto mais o futuro.
Este sentimento de desilusão não me impediu de, no sábado, estar na manifestação da CGTP, onde se protestou contra este estado de coisas mas, também, se apontaram soluções e caminhos para o futuro. Mobilizações onde só se está contra dizem-me pouco e parecem-me mais parte do problema e do estado das coisas do que solução para o que quer que seja. Hoje, o Partido Comunista Português e o Bloco estão a apresentar, naturalmente e muito bem, moções de censura à insustentabilidade das políticas que nos tem conduzido ao estado de miséria social e cultural que vivemos. Que faz o PS, abstém-se, como, possivelmente, a maioria dos manifestantes do dia 15 de Setembro  até porque os penteados dos primeiros ou candidatos a primeiros continuam em permanente actualização e a ser notícia.