28/10/2010
um maluco em qualquer lugar
Mas, depois, pensaste conhecer o amor e a distância do mundo esbateu-se, começaste a ser a pele, começaste a ser corpo, começaste a ser gente. E sentias tudo, todo o tempo. E dominavas tudo, todo o espaço. Agora pensas dizer adeus e voltar ao princípio mas está tudo ao contrário.
27/10/2010
distraídos
Continuamos em grande, quase ninguém nota mas continuamos em grande. Há 3 semanas que praticamente não consigo vender um croquete, pastel ou chamuça, os clientes dizem-me que nem o meu produto nem outros, não se vende, até a pão vai para o lixo. Entretanto, o meu vizinho de baixo, amargurado com problemas pessoais graves, convida-me para um whiskey, uma garrafa cheia de pó mas com um líquido excelente começa a escorrer para os copos. Lançado, mais pela amargura do que pelo líquido, conta-me que no fim-de-semana foi para uma caçada numa herdade qualquer para a beira interior, homem simples foi com algum espanto que vê chegar um helicoptoro com alguns administradores do BES, mas, mais espanto ainda, quando ao primeiro se sucede o segundo, o terceiro, o quarto e até um quinto, não só com mais administradores ou coisa que os valha, mais umas meninas de mini-saia com enormes caixas cheias de camarão, navalheiras, lagostas e sei lá que mais. Depois mostrou-me uns papéis com umas contas que ia abrir para os filhos exactamente no BES e rasgou-os, disse que ficou enojado com o que viu dizendo que tem a 4.ª classe mas não é parvo. Pena será que os outros onde irá pôr o dinheiro são massa da mesma farinha.
Depois, vou ao Hospital ver um amigo ao qual rebentou uma úlcera e nem um lugar para estacionar o carro, nem pago, quando vou à merda do Fórum Almada para ir ao cinema tenho sempre lugares para dar e vender à borla e começo a pensar que realmente este País está bem, do melhor até, alguns de nós é que andam distraídos.
25/10/2010
20/10/2010
paradoxos
Este blog anda em serviços mínimos, um mestrado com muita leitura e pesquisa assim obriga. Assim, tenho andado um pouco a leste de orçamentos, aprovações, desaprovações, obrigações, irritações, desilusões, FMI's, cortes, crises e outras porcarias iguais. Estou em crise há mais de 6 anos, se é que alguma vez estive bem, não faço IRS desde mais ou menos essa altura, tenho vivido completamente à margem porque sempre que procuro trabalho, as situações que me são propostas são tão ridículas que chegaria ao fim do mês e gastava mais do que o que iria ganhar, é claro que tenho uma vida de merda, não consigo ir a lado nenhum, concertos, teatros, mesmo exposições só se não for muito longe, comprar livros, cd's, dvd's, etc., é impossível, mas, enfim, como para dar umas não tenho de pagar nada, nem para ver o mar ou as pessoas que passam, isto até anda, como um bêbado a cambalear mas anda.
Mas o que me trouxe mesmo aqui, são alguns dos paradoxos deste nosso belo canto à beira mar plantado. Tirei a minha licenciatura na famosa Universidade Independente e, realmente, não achei o curso nada de especial, tirando uma cadeira ou outra com bons professores, e, pensava, que era da falta de qualidade da instituição, engano meu, agora na Faculdade de Letras de Lisboa, exceptuando um caso extraordinário, a merda é a mesma.
Agora vou mas é trabalhar que o ordenado é alto.
13/10/2010
a dúvida
Será que um Homem chegado aos 40, depois de duas de 20 em cada braço, poderá sentar-se, calmamente, a pensar e, finalmente, ficar sozinho.
12/10/2010
come out and play - I'll go e já
Por volta dos 12 anos, quando comecei a ser um adolescente viril, esta menina fazia as delícias das minhas fantasias masturbatórias, era a única softcore que batia a minha literatura preferida da época, a Gina, Sylvia, Weekend Sex entre outras, como se isso não tivesse sido suficiente, acabou de editar um disco e continua um borracho.
assim foi, assim é, assim será
Diz-me, ó Rei, destruidor de Tróia, descendente de Atreu, como te hei-de saudar? Como te prestarei homenagem sem ir além nem ficar aquém do tratamento que te é devido? É que muitas pessoas apreciam mais o parecer do que o ser, ultrapassando assim os limites da justiça. Toda a gente está pronta a ecoar os gemidos de quem sofre, mas a mordedura da dor não atinge verdadeiramente o seu coração. Estes mesmos alegram-se com os felizes, assumindo idêntico aspecto, forçando os seus rostos a rir. Mas aquele que é bom conhecedor do seu rebanho não se deixa iludir pelas atitudes daqueles que, aparentando um espírito leal, o adulam com uma amizade aguada.
Ésquilo em Agamémnon mais ou menos em 450 a.C
10/10/2010
notícias
Ontem o telejornal da RTP trouxe-nos uma notícia engraçada. Parece que os portugueses são os que mais demoram a abandonar a casa paterna, se não me engano por volta dos 35 anos. A abordagem foi de uma superficialidade enganadoramente triste, com comparações, veja-se bem, com a Dinamarca, esse País muito pobre do norte da Europa, culminando a chamar meninos da mamã a estes portugueses.
Para quem saiu de casa dos pais aos 21 anos como eu, seria fácil embarcar nos propósitos desta pseudo-notícia, não fosse o problema da certeza dos 500 € de ordenado médio dos poucos contemplados até esta idade com um emprego/trabalho, acrescentando os recibos verdes, os contratos a prazo e a precaridade generalizada, o que sobra para pagar uma renda?
Claro que existem aqueles que vivem, desde tenra idade, sozinhos, em casas oferecidas ou com rendas pagas pelos pais, mas estes não são meninos da mamã, devem ser do papá.
04/10/2010
discursos
O concerto que dei no sábado, foi dos melhores dos The Verge, dúvido é que a organização nos volte a convidar, mas quem os mandou pedir um discurso sobre a República.
Bem o que interessa é que a Verga continua a crescer.
02/10/2010
os Bobos da corte
O concerto que vamos fazer hoje é integrado nas comemorações do centenário da implantação da República.
Não me parece que se tenha plantado grande coisa, mas, também, não se pode dizer que o solo seja muito fértil.
01/10/2010
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