Os portugueses devem poupar mais.
Dizem os economistas, os politólogos, os sociólogos, os inteligentes, os ignorantes, os patrões, os desempregados de barriga ao balcão e até os ET's.
As contas são simples:
600 € de ordenado quando lá chega
-100 para transportes
-150 para alimentação
-100 para água, luz e gás
-400 para uma renda de casa
Porra pá, já não chega e ainda não cheguei ao vestir, calçar, aspirinas para a dor de cabeça e, enfim, ir ao cinema, ao teatro ou a um concerto pelo menos.
Por mim está mais que poupado.
Além de que se as pessoas começam a poupar o que não têm como é que as empresas vendem e ganham dinheiro?
E se fossem chupar pilas a burros para não dizerem asneiras.
30/06/2011
29/06/2011
bom dia
Tem dias que a alma de Manuel Zacarias Segura Viola desaparece, o espírito esconde-se e o corpo pesa mais que o de todos os concorrentes de um concurso parvo da televisão.
Nestes dias, resta a Zacarias o bater do coração no peito, monótono e fiável como os Suíços.
Nestes dias, resta a Zacarias o bater do coração no peito, monótono e fiável como os Suíços.
21/06/2011
o homem confiante
Sempre pensei que a confiança devia ser uma atitude.
Como uma forma clara de afirmação determinada,
como uma semente que, lançada à terra,
floresce e se impõe a todos os elementos.
A insegurança uma deriva no percurso,
um qualquer acidente parvo,
um escorregar estatelado naquele preciso momento
em que o tempo pára para nos levantarmos e seguirmos.
Mas não é.
Nesta imagem considero ponderando todos os imponderáveis e,
como que esparramado pelo chão deixo-me ficar.
Sinto uma aflição nos ossos na frieza da calçada,
uma artrose reumatóide que me sobe pela espinha,
cavalga o pescoço e chega aos neurónios.
Tento erguer-me subindo pela minha vontade acima,
começo a trepar entrelaçando-me todo,
artérias, veias, músculos e tendões embaraçados.
Um emaranhado complexo de situações,
posições, condições, orientações e direcções,
directas a uma teia em que a aranha é um formigueiro.
Consciente deste estado procuro a origem de tudo,
dormente,
sou ainda a convicção confiante de mim próprio.
Um borrão ferido na pedra dura.
Como uma forma clara de afirmação determinada,
como uma semente que, lançada à terra,
floresce e se impõe a todos os elementos.
A insegurança uma deriva no percurso,
um qualquer acidente parvo,
um escorregar estatelado naquele preciso momento
em que o tempo pára para nos levantarmos e seguirmos.
Mas não é.
Nesta imagem considero ponderando todos os imponderáveis e,
como que esparramado pelo chão deixo-me ficar.
Sinto uma aflição nos ossos na frieza da calçada,
uma artrose reumatóide que me sobe pela espinha,
cavalga o pescoço e chega aos neurónios.
Tento erguer-me subindo pela minha vontade acima,
começo a trepar entrelaçando-me todo,
artérias, veias, músculos e tendões embaraçados.
Um emaranhado complexo de situações,
posições, condições, orientações e direcções,
directas a uma teia em que a aranha é um formigueiro.
Consciente deste estado procuro a origem de tudo,
dormente,
sou ainda a convicção confiante de mim próprio.
Um borrão ferido na pedra dura.
bom dia
O coração de Manuel Zacarias Segura Viola anda sem paciência para intervalos de qualquer espécie. Apaixonado que está não tem tempo a perder nem, tão pouco, consegue sentir o tempo a perder-se, mas tem perdido muito tempo a sentir todas as artérias do corpo dilatadas, cheias de sangue vivo a correr com o tempo.
E ainda sorri para a estatística.
E ainda sorri para a estatística.
17/06/2011
enluernar
Olhar o desmoronamento grande
da tarde e o das palavras gordas
em glaromas de anil e penubis.
Mover a voz, porém como navios
que afundam nágua sua força finda.
Com estas mornas flores de oromãs
morigerantes ou cansadas corças
em remouro e palmas árvores, mãos,
dispor gestos delgados, delicadas
pendências, breves milagres, contas
de coloraina em tua pele aromaterna,
e com cuidados-orvalho e penetrando
e com singelos de vidro e penetrando
nesse interregno de tuas coxas
enluernar teu coração de esperma.
Augusto de Campos
da tarde e o das palavras gordas
em glaromas de anil e penubis.
Mover a voz, porém como navios
que afundam nágua sua força finda.
Com estas mornas flores de oromãs
morigerantes ou cansadas corças
em remouro e palmas árvores, mãos,
dispor gestos delgados, delicadas
pendências, breves milagres, contas
de coloraina em tua pele aromaterna,
e com cuidados-orvalho e penetrando
e com singelos de vidro e penetrando
nesse interregno de tuas coxas
enluernar teu coração de esperma.
Augusto de Campos
16/06/2011
bom dia
Manuel Zacarias Segura Viola anda com a realidade às costas e o sonho incrustado na costela da frente mais à direita de quem entra. Os olhos bem abertos estão na medida do que o coração permite.
13/06/2011
bom dia
Tem dias que o músculo das válvulas cardíacas de Manuel Zacarias Segura Viola descompassam mais que as músicas que dedilha na viola, começando a baralhar a direcção e velocidade do fluxo sanguíneo do interior das cavidades do coração para o resto do corpo. Sabendo que pode acontecer a qualquer um, Zacarias Segura Viola nunca se sentiu muito confortável com as consequências da falta de oxigenação do cérebro.
11/06/2011
bom dia
Manuel Zacarias Segura Viola é português nascido em Portugal, nunca cantou o fado e nunca ergueu a bandeira em jogos da selecção, mas sempre gostou de ameijoas à bolhão pato à beira-mar plantado e, sobretudo, sempre soube que um coração é um coração onde quer que ele nasça.
10/06/2011
bom dia
Ser a animalidade que faz sede mantendo a razão de beber um copo de água, é como o coração de Manuel Zacarias Segura Viola vive a vida.
07/06/2011
humildade
Não é por ser eu, mas tenho um bacamarte brutal, uma coisa que algumas pessoas ainda não sentiram.
Foda-se leva-se com cada uma.
Foda-se leva-se com cada uma.
insónias
Nasci em portugal, sou português, vivo em portugal, provavelmente morrerei em portugal, mesmo assim só tu é que me provocas insónias.
Dylan Thomas
Houve um Tempo
Em que época puderam os bailarinos com seus violinos
suspender os problemas nos parques infantis?
Houve um tempo em que podiam chorar sobre os livros,
mas o tempo gerou uma larva nos seus caminhos.
Estão inseguros sob o arco dos céus.
É mais seguro o que nesta vida fica por conhecer.
Sob os signos celestes aqueles que não têm armas
têm as mãos limpas, e, como o fantasma impiedoso
que sozinho fica ileso, também os cegos vêem melhor.
Tradução do hmbf
http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com/2010/12/um-poema-de-dylan-thomas.html
Em que época puderam os bailarinos com seus violinos
suspender os problemas nos parques infantis?
Houve um tempo em que podiam chorar sobre os livros,
mas o tempo gerou uma larva nos seus caminhos.
Estão inseguros sob o arco dos céus.
É mais seguro o que nesta vida fica por conhecer.
Sob os signos celestes aqueles que não têm armas
têm as mãos limpas, e, como o fantasma impiedoso
que sozinho fica ileso, também os cegos vêem melhor.
Tradução do hmbf
http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com/2010/12/um-poema-de-dylan-thomas.html
bom dia
Não, Manuel Zacarias Segura Viola não é um novo hippie, apesar da viola a tiracolo, da descontracção e da simplicidade, tem dias que anda com o coração todo fodido.
bom dia
Manuel Zacarias Segura Viola nunca andou com o coração tão descontraído, chegou àquela altura da vida em que sabe bem o que não quer e o que quer é de uma simplicidade bastante simples.
Correu no sangue as mágoas que o fizeram, agora já ressequidas no dedo mindinho do pé esquerdo, sobra na alma a certeza de um peito a bater.
Correu no sangue as mágoas que o fizeram, agora já ressequidas no dedo mindinho do pé esquerdo, sobra na alma a certeza de um peito a bater.
03/06/2011
bom dia
Não pertences aqui Manuel Zacarias Segura Viola, és as esquinas de um lugar sem nome, o deserto finito do tempo, o mar da espuma das ondas, o vento melodia desalvorada, a terra brava onde gerarás e o nó num coração revolto.
Não és daqui Zacarias, não és de lugar algum.
Não és daqui Zacarias, não és de lugar algum.
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