01/07/2011

só a vida

Não há nada de especial,

na noite caída,
o precipício do corpo,
talhado no cansaço
de sonhos confusos.

O silêncio.

A vida sobre os ombros,
nem deserto nem oásis,
só tudo,
palavras truncadas no pensamento.

O silêncio.


Não há nada de especial,

entre o ir e vir,
as portas que se abrem
para se fecharem a seguir,
o cinzento de Verão abafado lá fora.

O silêncio.

Um autocarro sobre a memória.
Porra! Quanto?
O valor a vencer a idade,
gotas mornas na vidraça.

E o silêncio.

Não há mesmo nada de especial.

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