04/10/2012

censura

O agravamento em 30% no IRS não me vai afectar, faz alguns anos que estou fora do sistema e assim pretendo estar enquanto me for possível. Comecei a descontar muito cedo, com 18 anos, nunca aldrabei as contas da empresa nem fiquei a dever dinheiro a ninguém e devido à incompetência das repartições de finanças ainda lhes paguei mais do que o que devia, o resultado natural foi a falência. Bastaram  14 anos para ver que portugal não funciona, que a honestidade e a urbanidade não valem de nada neste cantinho.
Depois, politicamente, tenho visto um povo mais dedicado às caldeiradas do big brother's e afins ou a quantidade de amigos e frases feitas facebookianas do que a preocupações sérias com o trilhar de um caminho presente e, principalmente, futuro. Continuamos a ser um povo de dentes estragados que cospe para o chão enquanto vomita as últimas da casa dos degredos. O ensino, mesmo o superior, não é mais do que encher chouriços de má qualidade, ninguém tem paciência para ninguém porque ninguém vislumbra o presente quanto mais o futuro.
Este sentimento de desilusão não me impediu de, no sábado, estar na manifestação da CGTP, onde se protestou contra este estado de coisas mas, também, se apontaram soluções e caminhos para o futuro. Mobilizações onde só se está contra dizem-me pouco e parecem-me mais parte do problema e do estado das coisas do que solução para o que quer que seja. Hoje, o Partido Comunista Português e o Bloco estão a apresentar, naturalmente e muito bem, moções de censura à insustentabilidade das políticas que nos tem conduzido ao estado de miséria social e cultural que vivemos. Que faz o PS, abstém-se, como, possivelmente, a maioria dos manifestantes do dia 15 de Setembro  até porque os penteados dos primeiros ou candidatos a primeiros continuam em permanente actualização e a ser notícia.

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