31/01/2011
campeões
A vitória sobre o Belenenses por 1 golo nos últimos 5 segundos de jogo, deu o segundo título regional consecutivo à equipa de Infantis do S.L. Benfica.
Agora segue-se o Campeonato Nacional.
30/01/2011
a música
No Fórum Romeu Correia em Almada, num grande concerto com grandes músicas, para mim esta foi a música.
28/01/2011
coisas que me deixam contente
As 6 biscas que o Miguel mandou para dentro da baliza do Sporting. No Almada, em 12 anos de andebol, raramente ganhei ao Sporting, o puto em 3 anos já leva 5 vitórias e nenhuma derrota sobre os lagartos, não sendo a mesma coisa não deixa de ser fixe.
Esta época ainda não perderam, tal como o Belenenses, amanhã jogo decisivo em Belém, os pastéis não são nada fáceis de digerir.
A dança das feridas
Encomendas ver aqui: http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com/2011/01/danca-das-feridas-3.html
Um dos poemas do livro
Adão a Eva
não temas a trovoada
o aconchego do relâmpago
senti-la aqui tão perto
é um regalo a poucos concedido
se a casa tremer
lembra-te que não é de medo
nem do frio das paredes
as casas só tremem
porque estão de pé
fundadas na terra que recebe
as ossadas dos relâmpagos
as trovoadas
não temas os mortos
nem o aconchego dos vivos
nem deixes morrer nos vivos
as trovoadas que fazem tremer
as casas
27/01/2011
25/01/2011
loucura
Gostavas que a loucura te arrancasse do torpor dos dias e trouxesse, embalada em papel colorido, as rugas da carne feitas num tempo e num espaço que nem lembras. Olhares e leres em cada pedaço uma letra, uma palavra, uma frase, uma história, um gesto perdido.
louco eu?
Vladimir
Só sei que nestas condições as horas duram mais e nos obrigam a iludi-las com actividades que – como é que hei-de dizer – que poderão parecer à primeira vista razoáveis, até se tornarem num hábito. Poderá dizer que é para evitar o colapso da nossa razão. Sem dúvida. Mas será que não anda ela há já muito a vaguear pela noite sem fim das profundezas abissais? É isso que por vezes me pergunto. Estás a seguir o meu raciocínio?
Estragon
Todos nós nascemos loucos. Alguns mantêm-se.
À espera de Godot – Samuel Beckett, Cotovia, 2001
21/01/2011
o homem trágico
Sempre pensei que a vida devia ser uma tragédia constante.
Como um vai que não vai que fica do lado contrário onde se vai estando,
onde se quer, se deseja, se constrói,
se luta, se existe e, sobretudo, se destrói.
A salvação dentro de um tupperware rasca oferecido à vizinha do lado,
o espírito solto ao vento num dia de tempestade,
a razão batida em claras de ovo servida aos chacais
e a vontade o destino final de cada acção.
Mas não é.
Nesta certeza tenho a consciência das mágoas que sou e faço,
e, como um meio em que me fico, por vezes falta-me o ar.
Então, no lado certo do passeio diz:
Acabe com o seu sofrimento.
Eu digo está bem.
Já hoje?
Quanto custa?
Uma montanha de consciência, um balúrdio de negação,
uns theras de individualidade, umas pitadas de necessidade,
um molho de redenção, gigas de prazer,
e, por fim, um universo de aceitação.
Começo a rir e penso que é capaz de ser um pouco caro,
procuro nos bolsos mas só encontro inquietação,
da carteira salta um monte de desassossego.
Nesta azáfama tropeço na calçada bato com a cabeça e morro,
com um sorriso na cara.
20/01/2011
anibalices
Parece que Portugal não tem dinheiro para a democracia, segundo o candidato que não lia jornais, nunca tinha dúvidas e raramente se enganava, que não é político nem se dá com eles, que gosta mesmo é de dar aulas, auto-estradas, bolo-rei, estar de pantufas, dar miminhos aos netos, à Maria e aos amigalhaços do BPN (um português exemplar este), uma hipotética segunda volta traria muitos custos ao País.
No fundo o Sr. gostava mesmo era de ser nomeado, agora esta coisa de eleições, gastar papel, canetas e o bom tempo dos bons portugueses como ele claro.
Aqui: http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=9535
começar
Estragon
Enquanto esperamos podemos tentar conversar calmamente, já que somos incapazes de ficar calados.
Vladimir
Tens razão, somos inesgotáveis.
Estragon
É para não pensarmos.
Vladimir
Temos essa desculpa.
Estragon
É para não ouvirmos.
Vladimir
Temos as nossas razões.
Estragon
Todas as vozes mortas.
Vladimir
Fazem um barulho de asas.
Estragon
De folhas.
Vladimir
De areia.
Estragon
De folhas.
Vladimir
Falam todas ao mesmo tempo.
Estragon
Cada uma para si.
Vladimir
Ou melhor, sussurram.
Estragon
Ciciam.
Vladimir
Murmuram.
Estragon
Ciciam.
Vladimir
O que é que elas dizem?
Estragon
Falam das suas vidas.
Vladimir
Não lhes chega ter vivido.
Estragon
Têm de falar sobre isso.
Vladimir
Não lhes chega estar mortas.
Estragon
Não é suficiente.
Vladimir
Fazem um barulho de penas.
Estragon
De folhas.
Vladimir
De cinzas.
Estragon
De folhas.
Silêncio
Vladimir
Diz alguma coisa!
Estragon
Estou a tentar.
Longo silêncio
Vladimir
(angustiado) Diz qualquer coisa, não interessa o quê!
Estragon
O que é que fazemos agora?
Vladimir
Esperamos pelo Godot.
Estragon
Ah, pois é.
Silêncio
Vladimir
Isto é horrível!
Estragon
Canta qualquer coisa.
Vladimir
Não, não! (Pensa) Talvez pudéssemos começar tudo outra vez.
Estragon
Isso era fácil.
Vladimir
O começo é que é difícil.
À espera de Godot – Samuel Beckett, Cotovia, 2001
14/01/2011
10/01/2011
last rite
Queres um anjo antes do tempo e saber se vem num tempo que começa ou num tempo que acaba. Queres que chorem a perda com uma dor de alma e subir, como que pairando noutra dimensão, por sobre eles. Queres que te levem, o fim do Céu e do Inferno, dizes, e que a tua memória perdure numa expressão qualquer.
No fim queres ter fé como aconchego, mas como é possível se não viveste assim.
Angel calls on me
set to take me out,
angel with no face.
the end of the line;
beginning of time,
a matter of faith.
I see all my friends
from distance afar
on another plane,
mourning over me:
a sickness of heart
a sense of betrayal.
have you seen the twilight close so slow.
(I rose over them so light).
Men in black suits dressed
cold soft wood and marble silk,
to take me away.
No heaven or hell.
the memory behind lingers on a face.
have you seen the twilight close so slow.
(I rose over them so light).
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