alturas existem em que não há palavras
em que as canções se tornam frágeis
a poesia uma ilusão de ritmo ou futuro
e no mármore se cravam epitáfios mais ou menos banais
alturas existem em que ficamos pequenos
tão pequenos como o grão mais ínfimo
como o mais ínfimo átomo que somos
e na terra cravamos as mãos um lugar para o corpo
alturas existem que não existimos
por segundos desfaz-se o tempo
nada se faz útil nada se pensa útil
e a inutilidade é um pensamento tão vago como tudo
alturas existem que as flores são feias
de um odor indefinido a vazio
e o vazio uma canção sem nome
que um dia cantaste a alguém
http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com/2012/01/rui-costa-1972-2012.html
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