Lembrei-me de uma expressão de Oakeshott, «the pursuit of perfection as the crow flies». Procurei essa passagem: «The pursuit of perfection as the crow flies is an activity both impious and unavoidable in human life. It involves the penalties of impiety (the anger of the gods and social isolation), and its reward is not that of achievement but that of having made the attempt. It is an activity, therefore, suitable for individuals, but not for societies». As minhas ideias sempre foram desfavoráveis à «busca da perfeição» na sociedade, ao passo que o meu temperamento favorecia a «busca da perfeição» no indivíduo. Mas talvez as minhas ideias tenham levado a melhor sobre o meu temperamento, ou o tenham modificado, na medida em que cheguei à conclusão de que também o projecto individual está condenado. Oakeshott, no mesmo ensaio, explica: «For an individual who is impelled to engage in it [the pursuit of perfection], the reward may exceed both the penalty and the inevitable defeat. The penitent may hope, or even expect, to fall back, a wounded hero, into the arms of an understanding and forgiving society. And even the impenitent can be reconciled with himself in the powerful necessity of his impulse, though, like Prometheus, he must suffer for it». Já passei por isso, tentei e falhei gloriosamente em devido tempo, com o devido dramatismo prometaico e o devido chinfrim. Agora, fico-me por objectivos modestos, a segurança e a decência, por exemplo. Fico a ver o corvo voar em vez de voar com ele.
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