Na verdade, era antes por ter sido obrigado a confessar os meus pecados. Sempre me causou aflição ver pessoas a sacrificar a vida na Terra com os olhos postos numa outra vida improvável. Interpreto esse sacrifício como uma aposta, pelo que vejo uma espécie de jogo na fé com que alguém se entrega a um dogma religioso. Não acreditando que Deus exista, coloco por vezes a possibilidade d'Ele existir e concluo que, a existir, o melhor é ser-lhe indiferente. Ele saberá o que fazer com a minha indiferença. Prefiro apostar que, a existir, Deus é uma entidade sábia e não uma entidade interesseira. Um sábio conseguirá distinguir os que foram bons indiferentemente daqueles que apenas o foram interessadamente. Mas parece-me muito mais… plausível… que Deus não exista, ou então que seja diferente daquilo que as religiões apregoam. Pensar Deus como o criador de todas as coisas, uma entidade omnisciente e omnipresente – atributos que lhe são reconhecidos pelos seres humanos -, retira a Deus a preciosidade da dúvida e sobrecarrega-o com uma monstruosa responsabilidade.
Sublinhados meus
texto integral aqui: http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.pt/2008/09/ambiente-religiosamente-austero_09.html
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