14/02/2012

um texto verdadeiramente piegas

Mais um dia em que o sol se levantou num resplandecente louvor à mãe terra inundando-a de brilho e luz. (Porra que frase extraordinariamente piegas) Os seres, os mais ou menos racionais, levantam-se mais ou menos estremunhados, mais ou menos deprimidos e seguem mais ou menos caminho sem verdadeiramente sair da concha que julgam mais ou menos os proteger. Uns vão directamente para os trabalhos miseráveis que aceitam para pagar a vida, a vidinha que lhes permitem ter, que se permitem aceitar numa acomodação tão acomodada como os desejos que esqueceram e os sonhos que não lembram, mas há que por comida na mesa e pagar as continhas, uma luta perdida à partida na voragem de tudo.
Mas, enquanto não cai um calhau ou um raio gama direccionado ao centro deste lindo planeta (piegas), a vida segue e cada segundo é mais um momento conquistado aos elementos. Assim seja. Entretanto, lá nos vamos entretendo, como sempre, com as merdinhas do costume, o facebook é um manancial de pura distracção e diversão, são as frases feitas, as mensagens de amor a tudo e a todos, à mãe, ao pai, aos irmãos, aos amigos, aos cães, aos gatos, aos passarinhos (acho que não são fritos) às pulgas, aos chatos e a toda a fauna e flora desta querida terra neste glorioso universo plantado (pieguinhas), eu cá liko muito toda esta cena, aqui não há mentira, ou se lika ou não se lika e ficamos todos um pouco mais felikes. Depois, nós portugas, temos aquela arte de falar sobre tudo e sobre todos, ter sempre uma opinião é regra, até porque somos um povo muito instruído, que lê muito, principalmente os outros, quando toca a nós o espelho é o reflexo de uma luz intensa e brilhante. Por exemplo, somos uma cambada que adora futebol, nas tricas do dia seguinte claro porque quando o jogo é jogado os estádios estão vazios, somos um povo de poetas e artistas mas não lemos poesia nem vamos ao teatro, somos um povo de brandos costumes excepto para criticar o vizinho do lado ou até os mais próximos, somos um povo de garanhões e foliões que na hora da verdade se encolhe e fica castrado a moralismos serôdios. Depois do céu na terra que era Sócrates (paz à sua alma), agora temos o empreendedor e competitivo Coelho, que de castrado não parece ter nada, anda a foder tudo a torto e a direito e ainda se dá ao luxo de nos brindar com mimos e pieguices como nunca vi, o povo finge que está chateado mas anda sempre de rabo espetado a ver o que lhe calha, pode ser que uma seja bem dada e se consiga um lugar qualquer num qualquer lugar a que o rabo se habitue.
E agora para terminar de uma forma verdadeiramente piegas. Uma maravilha este glorioso rectângulo de nariz empinado para o mar cheio de gente linda, solidária e amiga, tão glorioso como a luz desta espantosa estrela que me aquece a alma.
Liko muito este sol. Levitemos.

08/02/2012

é assim



Aqui, lá, acolá em alijó e ali já em todo o lado.

07/02/2012

dialecto



O novo disco da banda do meu querido tio Lindolfo Paiva, o que parece o avô cantigas mas assim pró mais bonito, muito mais.

ar puro




let me take control,
let me take control

7




Sometimes i'd head for the highway
I'm old and the mirrors don't lie
But crazy has places to hide in
That are deeper than any goodbye
I had to go crazy to love you
Had to let everything fall
Had to be people i hated
Had to be no one at all