25/03/2010

ironias

Afinal parece que o Sr. Presidente do FCP goleou o Presidente do meu Benfica nas audiências, e, segundo Ferreira Fernandes no DN, também na ironia requintada que se lhe reconhece há largos anos, mas não será que a curiosidade esteve em ver exactamente como essa ironia começa a ser anedótica, tal como o personagem, é que já era tempo de o FCP se renovar e abrir os horizontes, seria bom para o clube e para o futebol.

Benfica

O meu Benfica, finalmente, voltou a estar à altura do passado e da grandeza que lhe é reconhecida por todos, nos últimos anos até mais pelos adversários do que pelos próprios benfiquistas que dificilmente se reconheciam na forma de estar e ser dos dirigentes nestas atribuladas duas décadas que agora chegam ao fim. Podemos dizer que foram as derrotas, mas, pelo menos para benfiquistas como eu, não foram as derrotas que mais marcaram estes anos negros, mas sim o desnorte, a incompetência, o aproveitamento a que o clube esteve sujeito por parte de várias personalidades. Não serei ingénuo ao ponto de pensar que o Luís Filipe Vieira também não terá interesses pessoais, mais ou menos legítimos, em ser o dirigente máximo do Benfica, mas como essa realidade será sempre indissociável do cargo, aquilo que interessa verdadeiramente é o trabalho realizado, e, aí, a recuperação do clube quer na dimensão nacional como internacional estão à vista. O trabalho de reorganização financeira poderá e deverá ser consolidado com os novos contratos de direitos televisivos e com a venda de 1 ou 2 jogadores para os quais, e muito bem, já existem substitutos à altura, desportivamente a manutenção do treinador é essencial, tal como a manutenção da mesma estrutura directiva em que o profissionalismo é por demais notório, basta ver a forma como reagiu rapidamente a uma muito aguardada e anunciada entrevista de Pinto da Costa à RTP, conseguindo esvaziar por completo um discurso já de si vazio e em que até os portistas mais ferrenhos já não acreditam, senão veja-se, o presidente do FCP disse a palavra Benfica 21 vezes e o nome do seu clube apenas 25, Luís Filipe Vieira deixou-se, finalmente, de instituições e disse a palavra Benfica 84 vezes e FCP apenas 14, das quais algumas nitidamente contrariado mas obrigado pelo entrevistador. Para quem o principal problema era o discurso, esta licção de marketing comunicacional é uma vitória quase tão saborosa como o campeonato. Enquanto os outros forem dizendo a palavra Benfica tanto ou mais que o nome dos próprios clubes estamos bem, venham mais entrevistas do Sr. Pinto da Costa.

rosas em mar de espinhos

Quero-te como se não existisse amanhã, quero-te como se ontem fosse um pedaço de chão que cultivei, quero-te como se hoje fosse o tempo que não controlo, quero-te como se agora fosse o momento em que me perco. Assim, só admito estar ao pé de ti, sempre e só junto a ti, se te puder beijar os lábios, acariciar o palato com a língua e conhecer todas as palavras na troca da saliva que fazemos, transformar o teu corpo num abraço de querer como só eu sei fazer. E respirar. Respirar o cheiro que sentia a fome, feito na pele da pele que cheirava, e, também, o sexo claro, porque teu, e, finalmente, saciar-me na recompensa da tua capacidade de acolhimento, piscares-me um olho cúmplice, sorrires e receber o meu amor, todo. Porque esta é única existência que quero, porque a vida não é um mar de rosas e ainda bem, porque os espinhos aleijam.

24/03/2010

parlamedeiros

http://www.ionline.pt/conteudo/52304-viagens-ines-medeiros-eu-e-que-nao-as-pago Para alguns, só as viagens para o trabalho já davam para pagar mais do que um café por dia.

monopólio

E não, não é a política que é como jogar o Monopólio, é tudo. http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com/2010/03/jogar-monopolio.html

grande notícia do dia

Recusados 58 mil postos de trabalho nos centros de emprego espalhados por Portugal. Destes 58 mil, conheço alguns casos, uma amiga chamaram-na para um curso de culinária com estágio imediato e emprego, era engenheira alimentar com um mestrado qualquer na área e alguns anos de trabalho também na área, há poucos meses um amigo meu que era designer na Maxmen (agora é feita em Espanha) entrou no desemprego com um subsídio de 1400 €, tem tido algumas propostas de trabalho na ordem dos 600 €, menos do dobro, a mim chamaram-me para trabalhar nos armazéns, reposição ou lá o que era, num novo hipermercado que ia abrir para os lados de Setúbal, eu até me estou a cagar para os cursos e experiência profissional que tenho, mas um ordenado que, descontando transporte e alimentação, mal me daria para um café por dia não me estimularam por ai além. Conheço mais casos mas são todos parecidos. O grande empresário de nome Belmiro diz que consegue 2000 postos de trabalho se os hipermercados abrirem ao domingo, extraordinário, ficamos com os problemas deste cantinho resolvidos, enfiamos 2000 pessoas a ganharem uma miséria num espaço onde se vendem produtos estrangeiros a portugueses que mal conseguem pagar a hipoteca da casa. Venham mais empresários destes que nós gostamos.

mais este

rff, desafio-te a conseguires pior.

anos 80

O rff lembrou-se disto http://hipocrisiasindigenas.blogspot.com/2010/03/words-fr-david.html, então toma lá estes que é para não seres mau, repara bem nos movimentos de anca.

23/03/2010

artkafé

Sábado passado toquei num desses espaços que todos os músicos gostam de tocar. Um bar que, apesar da vertente comercial, privilegia não só a qualidade como a história, com vários discos em vinil dos primórdios do rock, do jazz e da pop, ainda por cima tivemos um acompanhamento por parte do Pedro, o melómano da casa, excepcional, chegou até nós com 2 vinis antigos acabados de comprar, Marvin Gay e Rolling Stones, que logo pôs a tocar e, naquele som puro, até a batata frita era mel para os ouvidos. Depois do som feito fomos jantar, a conversa foi música e mais música, incluindo crítica aberta e frontal à nossa, que, vindo de quem veio, foi mais mel para os nossos ouvidos e ainda mais força para continuarmos. No concerto a sala estava completamente cheia, com o António a tocar os teclados em cima do público porque não cabia no estrado, um terço da sala bazou a meio mas os que ficaram foram efusivos quanto baste para quem está a ouvir aquelas músicas pela primeira vez, reconhecendo que algumas não são muito fáceis de assimilar numa primeira audição. No final e porque quem ficou merecia, antes do último original ainda tocámos o Rape me, Fake Plastic Trees e o Sympathy for the Devil, o que nos soube muito bem. Quando acábamos fui ao bar pedir uma bebida, um rapaz que a meio do concerto tinha mandado uma boca a dizer mais ritmo, mais força, abordou-me e disse-me que a nossa música era para pensar, muito mole ou suave e que o pessoal à noite não quer pensar, quer é desbundar, ainda disse que o nosso som estava assim entre Pink Floyd, Doors e os Beatles, a este excelente cocktail encolhi os ombros e disse que havia um bar de forró mesmo ali ao lado, entretanto paguei-lhe um copo e penso que ficou feliz e eu também. A nossa versão é bem diferente mas à falta fica o original.

19/03/2010

the verge

Artkafe - Setúbal este sábado às 22.30 h.

haja fé

Well, jesus will be here Be here soon He's gonna cover us up with leaves With a blanket from the moon With a promise and a vow And a lullaby for my brow Jesus gonna be here Be here soon Well i'm just gonna wait here I don't have to shout I have no reason and I have no doubt I'm gonna get myself Unfurled from this mortal coiled up world Because jesus gonna be here Be here soon I got to keep my eyes open So i can see my lord I'm gonna watch the horizon For a brand new ford I can hear him rolling on down the lane I said hollywood be thy name Jesus gonna be Gonna be here soon Well i've been faithful And i've been so good Except for drinking But he new that i would I'm gonna leave this place better Than the way i found it was And jesus gonna be here Be here soon

god's away on business

Desde Dezembro que ando sem carta de condução, pelo pecado grave de conduzir sem cinto teria de pagar 120 euros, como não paguei tiraram-me a carta. Tenho estado pacientemente à espera que chegue o grande Rezingão da Igreja Católica Apostólica Romana para ver se este meu grande pecado pode ser expiado só pela presença de tão magnânime personagem, ou será que a grande mão de deus só vai chegar às off-shores.

túneis, auto-estradas e TGV's

Muito trabalho e um computador avariado fizeram com que estivesse duas semanas ausente, o que me parece muito grave para a imensidão de pessoas que me costumam visitar, de qualquer forma, para quem pudesse estar preocupado, estou vivo e de boa saúde. Entretanto, como quem conhece bem o dono, este meu velho PC chega mesmo a tempo de falar sobre uma coisa com importância de Estado, o meu Benfica. É que ontem, finalmente, compreendi as questões dos túneis, auto-estradas, TGV's de alta velocidade e sei lá que mais, então não é que os jogadores do Glorioso chegam a França, a um estádio que dizem complicado, para não dizer pior, e desatam a correr quais TGV's fazendo daquele campo uma autêntica auto-estrada com túneis, cruzamentos, bifurcações, quais diabos à solta do primeiro ao último minuto. Os pobres franceses pareciam os candidatos à liderança do PSD sem saber para onde se virar com aquela coisa da rolha, a asfixia foi tão grande que até a Manuela Ferreira Leite enviou uma carta à UEFA a dizer que o Benfica devia ser banido de todos os campeonatos, Nacionais e Internacionais. Platini ainda respondeu que tinha dado instruções precisas ao árbitro para ter atenção com a tendência daqueles diabos para asfixiarem as outras equipas, mas, de fonte segura, sei que até o árbitro abandonou o jogo com uma gastrite nervosa por, apesar do bom trabalho, não ter conseguido parar aquelas bestas. Para a história fica mais uma goleada desperdiçada, é que a velocidade era tanta que na hora do remate estavam com os olhos esgaziados, como os bois. Depois veio o Sporting, que até nem foi um mau jogo mas, em comparação, parecia assim uma coisa tipo solteiros e casados. Venham mais túneis e TGV's que aqui este vosso amigo gosta.

05/03/2010

cores

Queres que o céu seja o ventre e ela a lua, mas o céu anda encoberto e a lua escondida, satisfaz-te pensares que és o único, mas esqueces os pesadelos que a memória pode trazer, e pensas ser quem não és, e pensas feitos extraordinários, e pensas coisas absurdas, e pensas gritar e o grito sai seco, inaudível. Queres que o amor tenha só uma cor mas o céu anda encoberto e as cores escondidas.

leia

Hoje, ouvi um jornalista a dizer na TV, a expressão foi mesmo esta, que o governo tem de se chegar à frente na questão dos livros que vão para a fogueira. Num país onde se anda sempre a dizer que existe Estado a mais, não só me a frase me pareceu desadequada como estranha. Qua ao governo caiba a recolha e distribuição dos livros é uma coisa, que o governo tenha de pagar 1 € que seja por cada livro já me parece muito mal. Em primeiro lugar, a responsabilidade dos excedentes não lhes pertence, em segundo, existe a responsabilidade social que deve ser partilhada também pelas empresas privadas, muito mais quando até têm nomes como Leya.