31/10/2011

Love Will Tear Us Apart


When routine bites hard
and ambitions are low
And resentment rides high
But emotions won't grow
And we're changing our ways
Taking different roads

the Tree of Life

E se quisesses preencher o vazio e só encontrasses mais vazio, e se quisesses um sentido para tudo e só visses loucura, e se quisesses compreender o mistério da existência e este se reduza a nada, e se quisesses falar com deus que meio usarias, e se quisesses tocar guitarra e te falhassem os dedos,  e se quisesses valorizar o sofrimento qual seria a utilidade, e se quisesses ter esperança ou até fé o que farias com estes conceitos, e se quisesses perceber a força das emoções e a natureza dos conflitos será que a vida era mais facilmente explicável, e se quisesses voltar onde pertences e não soubesses.
E se quisesses, simplesmente, amar.


Aqui: http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com/2011/10/tree-of-life.html

we all go back to where we belong



I dreamed what what you were offering
Imagine lying next to me
You should, and your reputation talks
I will write our story in my mind
Write about our dreams and triumphs
This might be my "Innocence Lost"
I can taste the ocean on your skin
That is where it all began
I dreamed that we were elephants
Out of sight, clouds of dust
And woke up thinking we were free
Oh oh oh
I can taste the ocean on your skin
That is where it all began
We all go back to where we belong
We all go back to where we belong
This really what you want
This really what you want

I can taste the ocean on your skin
That is where it all began
We all go back to where we belong
We all go back to where we belong
This really what you want
This really what you want

stop worrying




maioria maiorias enrendilhadas

"Um passeio pelas redes sociais, esse intrépido passatempo moderno, e logo me deparo pensando em como as pessoas andam modestas. Em todos os lugares das redes elas se confessam a todo instante, politicamente desinteressadas, inteligentemente deficientes, indignas ou incapazes de realizarem qualquer coisa. Ninguém crê ou tem convicção de nada, a não ser de sua própria imperfeição. Elas se vêem sempre como mutiladas. Frases como: “o primeiro desejo da inteligência é desconfiar dela mesma” ou “é preciso coragem para ser imperfeito”, seguido, do clichê socrático, “só sei que nada sei” e “preferia ser um burro para não sofrer tanto”, entulham os perfis ou se somam às mensagens diárias que as pessoas enviam umas às outras. Ninguém quer parecer auto-suficiente. Nos dias atuais isso soa indigno. Vai daí que as coisas andem tão pantanosas como estão. Ninguém tem a mínima convicção de nada. Andam todos em círculos esperando a voz de um líder que os indique o caminho. Com tantas trilhas abertas eu me pergunto o que estão todos ainda esperando para se enfurnarem em uma delas. Sigam as picadas ou desbravem rotas alternativas. Parem de ler manuais de auto-ajuda."


AQUI: http://implantesdeciclone.blogspot.com/




Relembrando um texto de 2009


Cada vez mais, tal como no tempo dos meus avós, volto a ouvir falar de mau olhado, superstições, bruxas, mezinhas. Conheço pessoas, quase todas relativamente bem e instruídas, que não param de me falar de auto-ajuda, feng shuis, meditismos e uma panóplia de situações que me deixam em estado de contracção para não ser indelicado e a abanar a cabeça ao jeito de pois, pois, tentando disfarçar o ar parvo com que fico. Porra pá, eu também gosto muito de Yoga, mas só porque aquilo estica-me o corpo todo depois do ginásio, quando começam a chamar não sei por quem desligo. Por outro lado, de forma mais séria, existem pessoas a organizar-se em movimentos cheios de boas intenções, mas completamente obscurantistas. Vou a uma entrevista de trabalho e a Sra. que me entrevista (que tem trabalho e não tão mau quanto isso) começa a desabafar comigo, à velocidade da luz, durante duas horas. Tenho uma reunião com vista a definir uma linha de trabalho para atingir determinados objectivos e está tudo completamente noutro planeta ou lugar espiritual sei lá. Com isto tudo, começa a parecer-me que o maluco sou eu, como os desgraçados deste estudo De Rerum Natura: Conformidade ou conformismo?, que apesar de saberem que a resposta estava mal seguem com a maioria. Apesar desta campanha, os medos são muitos e sinto um retrocesso civilizacional enorme, mas se calhar sou eu que estou a ficar choné.

AQUI: http://n--coisas.blogspot.com/search?q=auto+ajuda

26/10/2011

correr, correr, correr

Ao fim de cerca de 15 anos voltei a jogar andebol, sem o peso da competição e com a anarquia própria de quem já só joga para se divertir. O primeiro treino foi cansativo mas compensador, em primeiro lugar parece que o corpo ainda se mexe bem mas, sobretudo, enquanto dura a contenda só penso no jogo, dá para esquecer tudo, absolutamente tudo, só existe o jogo, o que é um luxo que não tinha há muito anos.
Por isso larguem todos os psis  e terapeutas e comecem a jogar a qualquer coisa, nem que seja ao chinquilho.

25/10/2011

pequenas derrotas

Aqui: http://retrato-auto.blogspot.com/2011/10/pequenas-derrotas.html

e esta delícia

eu é mais bolos

bom dia

Manuel Zacarias Segura Viola não substitui, muda, à procura do hálito que lhe aqueça o coração.

24/10/2011

arejar



Yes, I understand that every life must end, uh-huh

As we sit alone, I know someday we must go, uh-huh
Oh I'm a lucky man, to count on both hands the ones I love
Some folks just have one, yeah, others, they've got none

Stay with me, Let's just breathe...

Practiced all my sins, never gonna let me win, uh-huh
Under everything, just another human being, uh-huh
I don't wanna hurt
there's so much in this world to make me bleed

Stay with me, You're all I see...

Did I say that I need you?
Did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see
No one knows this more than me

As I come clean...
I wonder everyday, as I look upon your face, uh-huh
Everything you gave
And nothing you would save, oh no
Nothing you would take
Everything you gave...

Did I say that I need you?
Oh, did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see
No one knows this more than me
And I come clean, ah...

Nothing you would take
Everything you gave
Hold me til I die
Meet you on the other side...

fluir



Even flow, thoughts arrive like butterflies
Oh, he don't know, so he chases them away
Someday yet, he'll begin his life again
Whispering hands, gently lead him away
Him away, him away...
Yeah!
Woo...ah yeah...fuck it up...

19/10/2011

second coming

Sem a genialidade e a pujança do primeiro o segundo ainda deu para manter a coisa bastante erecta.
Oiçam lá isto.


ou isto



ou ainda isto

ressurreição

Parece que os Stone Roses vão voltar aos palcos e talvez aos discos.
Se for para fazerem mais um álbum como o primeiro e ressuscitar mais músicas como esta o que vem aí é do melhor.
Oiçam e digam lá se isto não dá tusa?

bom dia

Manuel Zacarias Segura Viola não acredita em bruxas mas acredita em bruxarias e gosta de pensar que, por vezes, também é bom estar enfeitiçado, mas o que fascina mesmo o coração de Zacarias é a possibilidade de agarrar numa vassoura, voar e avassourar ao lado da Maria.

17/10/2011

realismo

De que falamos, então, quando falamos de realismo? Exactamente do contrário do pueril naturalismo televisivo. O efeito de real nasce, não de qualquer “transcrição” neutra, mas de um elaborado trabalho narrativo que começa no visível (da vibração dos corpos à especificidade dramática dos objectos mais secundários) e passa por todas as nuances dramáticas (as relações entre personagens recusam qualquer espartilho moralista típico de telenovela).

Texto completo aqui: http://sound--vision.blogspot.com/2011/10/realismo-realismos.html

espectro

Brazilina Correia de Paiva fotografada por Mafalda Paiva - bisneta

no surprises



Such a pretty house and such a pretty garden


No alarms and no surprises (let me out of here)
No alarms and no surprises (let me out of here)
No alarms and no surprises please (let me out of here)

Brazilina

Brazilina Correia de Paiva é uma mulher de 95 anos nascida na Tulha Velha, aldeia numa montanha perto de Cabril, Castro d'Aire, Viseu mas longe de tudo,  onde há 30 anos quando lá cheguei pela primeira vez ainda se mijava e cagava para um buraco onde os porcos davam conta do recado, sem luz nem água e onde as mulheres não sabiam o que eram cuecas, ou sabiam mas achavam uma inutilidade, o que, bem vistas as coisas, é uma evidência que nesta urbanidade tosca nos recusamos a aceitar, a não ser por um erotismo tão estafado quanto básico.
Essas viagens que se tornaram regulares na segunda quinzena de Agosto, tinham o objectivo do reconhecimento das raízes familiares e, principalmente, proporcionar que a Brazilina revê-se a família. Pela estrada nacional n.º 1 até ao Porto e por uma espécie de estradas que nem lembro do Porto até à Tulha Velha chegávamos a levar 8 ou mais horas de caminho, isto numa carrinha mini com dois velhos e duas crianças no banco de trás. Estas viagens eram uma alegria, o reconhecimento que o mundo era muito mais que uma cidade onde tudo aparecia feito uma alegria ainda maior. Para a Brazilina foi um gosto dentro do que era possível a uma pessoa como ela ter gosto em alguma coisa. Mulher desinteressada e até apática não sabia ler nem escrever, chamou uma vida inteira Manel ao marido que se chamava José Leal Carriça, mas tinha um dom que dava e sobrava para a casualidade de estar vivo, embalava os bebés da família numa voz tão maravilhosa quanto a simplicidade com que se respira. Lembro-me de sair da escola primária e descer os 500 metros que me levavam aquela casa, encontrar o José Leal Carriça que era Manel a fumar cigarros atrás de cigarros, guardar tralha nas traseiras e a resmungar sozinho, só para a ouvir embalar os meus primos. Passava horas em pé com os bebés ao colo a cantar e eu no sofá deleitado a beber café, sim café da cafeteira e a comer pão com manteiga depois da sopa de feijão com hortaliças do quintal. Naquela casa bebia-se café como se fosse água e sempre foi uma questão democrática e consensual, calhava a todos, crianças, jovens e velhos, se nos fez mal não parece, no caso da Brazilina era mesmo o conduto principal do dia, de manhã, à tarde, à noite e até de madrugada. Mal não lhe fez como não faz ainda hoje, com 95 anos, por vezes, ainda é o café que a desperta de uma Alzheimer cada vez mais profunda, tão profunda que nem a tem lembrado que viver assim não vale a pena.
Há vários anos que já não reconhece ninguém, tirando os beijinhos que ainda sabe dar, das últimas coisas que a doença lhe levou foi a vontade de cantar e sem vontade de cantar de que vale viver, principalmente quando a voz se revelava tão importante como o ar.

14/10/2011

It's not going to stop



It's not.. what you thought...
When you first... began it.
You got... what you want...
Now you can hardly stand it, though,
By now you know, it's not going to stop...
It's not going to stop...
It's not going to stop,
Till you wise up.
You're sure... there's a cure...
And you have finally found it.
You think... one drink...
Will shrink you to... your underground
And living down, but it's not going to stop...
It's not going to stop...
It's not going to stop,
Till you wise up.

Prepare a list for what you need,
Before you sign away the deed,
'Cause it's not going to stop...
It's not going to stop...
It's not going to stop,
Till you wise up.

No, it's not going to stop,
Till you wise up.
No, it's not going to stop,
So just give up.

12/10/2011

um manancial



e já agora o melhor texto que li sobre Magnólia aqui: http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com/search?q=magnolia

mau como as cobras

Aí está, novo disco em Outubro.
Balancem-se.

11/10/2011

13

Foda-se e não é que é o 13.º.
Raios, cruzes canhoto, patas de coelho, ferraduras.
Foda-se.

XIII

Suspenso,
inútil Outono a queimar o Verão ultrapassado.
As nuvens chegarão,
chegam sempre,
a chuva arrastará tudo,
lavará corpo e alma.
A massa fria trará o vento forte,
uma tempestade levará o desejo e a ilusão.
Tu permanecerás, estática mas permanecerás.
As folhas despenhar-se-ão como sempre,
ficarás despida outra vez.
Serás as raízes profundas, o tronco e os ramos nus,
a geada abater-se-á sobre ti.
Suspenso,
inútil será querer-te.

Lograr-te para quê se não te alcanço?

10/10/2011

Chase The Tear

a casa dos poetas

No dia em que podia ter feito um brilharete, porque até li umas coisas do novo Nobel da Literatura, passei o tempo todo a trabalhar que nem um burro de carga. Depois chego a casa e dou de caras com uma histeria apenas compreensível porque há muito nos preparámos para o carácter neurótico dos amantes de poesia. Uma coisa vos digo cá do fundo do coração, só por causa da quantidade de palermices que já vi escritas, mesmo que de raspão, acerca da atribuição do Nobel, fico convencido de que A Casa dos Segredos teria muito mais sucesso se metesse por lá poetas e leitores de poesia em vez de putas e pasteleiros.
 

casa dos segredos

Que A Casa dos Segredos (TVI) seja mais uma variação do horror humano do Big Brother, eis o que já sabíamos. Que haja políticos que fingem acreditar que é possível discutir o “serviço público”, ou apenas a nossa sanidade mental, sem enfrentar os efeitos (des)educacionais de tal horror, eis a triste conjuntura em que vivemos...


Daí que seja oportuno relançar a questão política que, neste caso, realmente conta: na televisão portuguesa, onde estão os anticorpos que proclamem alternativas? Quando vemos Estado de Graça (RTP1), compreendemos que nem tudo está perdido. Desde logo porque, ao regressar, o programa das Produções Fictícias escolheu A Casa dos Segredos como “inimigo principal”: já que, na sociedade portuguesa, quase ninguém tem uma palavra a dizer sobre a violência simbólica da institucionalização da reality TV, saúde-se a coragem moral de um genuíno programa de humor.

Podemos considerar que a fórmula adoptada (um sketch + uma charla a dois + uma canção) tem limitações difíceis de superar. Talvez. Mas o programa nasce de dois valores fundamentais: primeiro, o gosto pelas palavras e seus poderes de humor, ironia, contundência ou ambiguidade; depois, a valorização desse maravilhoso material humano que dá pelo nome de “actor” (ou “actriz”). Saudemos, por isso, os cinco mosqueteiros de Estado de Graça: Ana Bola, Eduardo Madeira, Manuel Marques, Joaquim Monchique e Maria Rueff são a prova muito real do talento dos nossos actores. Afogar a maior parte desses actores na rotina medíocre das telenovelas é matar, lentamente, as energias criativas que existem na sua classe profissional.

 João Lopes aqui: http://sound--vision.blogspot.com/2011/10/contra-casa-dos-segredos.html

07/10/2011

03/10/2011

You Lost Sight On Me

Gostavas que a morte fechasse os olhos
e dissesse a palavra amo-te
enquanto se entrega ao desejo,
ou escolhias um golpe aniquilador
que devorasse o tempo?

Diz.
Preferes o sossego seco do deserto
a paz solidificada no vazio,
ou a humildade da luta sem tréguas
que todas as acções abarcam?

Reconheces a inutilidade de tudo,
na mão que repousa, respira e sente,
na palavra que é dita ou que se escreve
e marcas as mãos na terra
como quem agarra a vida?

Diz.
Queres que o amor seja o espaço
largo de uma planície serena,
ou a força implacável
de um punho contra o ventre?

02/10/2011

holes in the story



Don't leave me now
I must confess
Haven't been the worst
Haven't been the best
Since you came

Don't take me now
I must confess
Found the word digress
And made it a home

Don't leave me now
I must confess
Haven't been the worst
Haven't been the best
Since you came
It's all the same
It's all the same

Don't take me now
I must confess
Found the word digress
And made it a home

It's all the same
It's all the same

Don't come try to find me now
I must confess
Holes in the plot rearrange themselves
with all the rest

Holes in the story
Holes in myself

nada

Aguentava-me como podia: num caco. Segue-se o marasmo à descoberta de que no âmago existe o nada.

AQUI: http://raposasasul.blogspot.com/2011/09/fors-sua-cuique-loco-est.html

do fazer

"Os conhecimentos ouvem-se, mas para agir a capacidade de audição é praticamente desprezível. Porque agir é estar próximo das coisas e ouvir é estar afastado das coisas. Alguém que apenas ouve nunca será considerado um intruso no mundo, a Natureza não se sentirá ameaçada. Quem ouve poderá acumular conhecimentos, mas essa acumulação não lutará com a Natureza. Esta resiste bem à inteligência, ao raciocíonio e à memória do Homem... ...e o que ameaça a natureza são as acções:...
... Qualquer cão mesquinho mijaria nas pernas de um homem altamente inteligente, mas imóvel."

Gonçalo M. Tavares "Um Homem Klaus Klump"

bom dia

Manuel Zacarias Segura Viola é um homem bastante simples, tem o cabelo grande e meio desgrenhado, barba por fazer, roupa meio desleixada, um andar desajeitado. Aparentemente distraído, é, na verdade, uma pessoa muito atenta a todos os pormenores e não nega à partida ciências que desconhece.
Mas uma coisa o coração de Zacarias sabe, é que o amor não se guarda vive-se.