26/05/2010
liberdade
Gostava de ter um cão, lembro-me da antiga casa da minha avó com quintal e de um rafeiro de nome Caim que saltava de alegria sempre que eu chegava da escola. Apesar de ser um animal bem disposto e até meigo não era um daqueles cães amaricados pelos donos e, também, nunca virava a cara à luta se fosse caso disso, principalmente com o pastor alemão da vizinha em frente que era irascível. O tempo passou e morreu de velhice era ainda eu uma criança, como vivi sempre em apartamentos pequenos e com muitos humanos atarefados nunca quis ter outro Caim, acho uma violência para os humanos e ainda mais para os animais, depois começaram a aparecer as mariquices dos veterinários mais o não poder comer restos nem roer ossos, as ruas inundadas de dejectos que são cagalhões mesmo, as trelas e sei lá que mais, com tudo isto a vontade de ter um cão foi ficando reduzida à liberdade que nunca conseguiria cortar ao animal.
Talvez um dia, se conseguir o espaço que um cão merece.
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