28/07/2008

aos meus meninos de férias em Moçambique

Para a Mafalda A minha menina é linda. Linda e mágica como um arco-íris. E é linda porque teve a sorte de nascer assim. É o vermelho sangue vivo, feito de força e garra. É o laranja fogo, criativo e empreendedor. É o amarelo alegre como os raios de sol. É o verde estável e seguro das árvores. É o azul celeste, sereno como o céu. É o azul escuro, arrebatador como o mar. É o violeta mágico e descomprometido. É a junção feliz de todas elas, o branco paz de uma folha de papel, onde escrevo o carinho sem fim e o todo o amor terno que sinto. É linda a minha menina. Linda como as papoilas vermelhas que se espalham na primavera, inundando os campos de alegria e cor enchendo-nos de sonhos e vida. Linda como as árvores verdes que cobrem montanhas, vales, planícies e, robustas e sem idade, nos purificam a alma e o espírito. Linda como o céu azul, onde na sua calma vastidão se prostra um sol amarelo quente, que nos aquece e nos lembra, que o tempo passa e um novo dia vai chegar. A minha menina é linda. Linda como as histórias de encantar, onde tudo pode acontecer, mas no fim os príncipes e as princesas se amam e são felizes para sempre. Linda como as palavras todas que só um poeta sabe escrever expondo toda a vida que sabe numa folha vazia de sentimentos. Linda como um filme de aventuras, onde os heróis não têm medo e atravessam as maiores dificuldades, passando rios, montanhas e desertos agrestes. Como a vida, mas ganhando sempre. É linda a minha menina. Linda como o espaço e o tempo, passado, presente e futuro, todo o tempo e todo o espaço onde se fazem os sonhos e a vida. Linda como o sossego da noite, em que as luzes são mágicas e a eternidade se encontra e pensa nas estrelas que brilham no céu. Linda como as cores todas que existem, e dão alegria, brilho e esperança, fazendo sorrir as crianças e não só, tornando o mundo tão lindo como a menina que tu és! Para o Miguel Queria fazer-te um poema, dizer-te mil e uma coisas, em linhas trocadas, pensadas com forma de estilo com figuras. Porém, só me lembro das expressões figuradas, suaves, alegres, sempre alegres, feitas nas palavras e jogos habituais de quem se ama e conhece. A música que calo para te ouvir, porque nesta pequena viagem o centro és tu, e, naturalmente, vais sendo. E neste compasso, só, na vacuidade abstracta, espero o relance do teu sorriso, como uma lua junto à escarpa, que de tão cheia e amarela mais parece um sol a nascer, sorrindo como tu. Queria fazer-te um poema, dizer-te todas as coisas em forma de metáforas, daquelas bonitas, como só os poetas sabem. Queria fazer-te um poema, Mas não consigo!

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