09/07/2008

um soneto

Oh! Que triste deriva sem esperança, encalhado num porto sem abrigo. Tu dizes que o tempo o tempo alcança, mas aqui estou sozinho e não contigo. Neste espaço pego na contradança, acerto o passo com o passo que consigo. Tu gritas, tudo é composto de mudança, mas a vontade é desejo e não castigo. E se com a idade o tempo pesa e cansa e o barco, desnorteado, fica perdido, amanha-se uma réstea de confiança e solto as amarras a que me obrigo, abro as velas ao vento e o vento sigo e, assim, sou o mar me amansa. José Paiva

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