20/10/2008
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Estão aí duas moradas novas, a única real tradição viva e casario do ginjal, o primeiro dedicado aos surrealistas, o segundo fala de muitas coisas, mas principalmente do meu ginjal que, pelos vistos, também é do Luís Milheiro.
Este foi escrito no ginjal há anos que não lembro.
I
Não sei para onde vou
Sei aquilo que tenho
Mas sei também aquilo que não tenho
Olho o rio quase parado
Correndo lento para o mar
Sem força, sem chama
Revejo-me nesta imagem
E entristeço ainda mais
Sinto a minha vida parada
Ao menos o rio vai para o mar
Eu, não sei para onde vou...
Não sei para onde vou
Sei aquilo que sou
Mas sei também aquilo que não sou
Não sei para onde quero ir
Nem sequer sei se quero ir
O rio sabe para onde vai
E devagar chega ao mar
Aí transforma-se e fica alegre e pujante
Cheio de vida
Eu, não sei para onde vou
Nem sei onde vou chegar!...
II
Por vezes os rios têm pontes
As pontes são úteis
E por vezes bonitas
Os rios têm barcos
E todos os barcos são bonitos
Eu sei aquilo que tenho
E o que não tenho
Mas também nunca achei útil ou bonito
Os rios sabem onde nascem
Mas também sabem onde acabam
Eu, só sei onde nasci.
Por vezes a vida tem aventuras
As aventuras são úteis
E por vezes bonitas
A vida tem sonhos
E os sonhos são sempre bonitos
Eu sei aquilo que sou
E o que não sou
Mas também nunca achei útil ou bonito
Os rios acabam no mar
E o mar é vida
Eu, só sei onde nasci.
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2 comentários:
bonito poema, NP.
o Ginjal é especial...
a paisagem ajudou Luís.
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