07/11/2008
Gostava de desistir!
Deitar-me com as árvores sobre a terra
e parar, ficar quieto, totalmente estático.
Desistir de tudo sem contemplações,
de todos os pensamentos e movimentos
e, simplesmente, existir porque estou lá.
Como as árvores, firmes e robustas.
Gostava de desistir!
Confundir-me numa planície repleta de flores
e parar na mistura aleatória de cores.
Abandonando em cada pétala
tudo o que conheço e aprendi
e, simplesmente, existir em cada espécie.
Ser todas as cores da natureza.
Gostava de desistir!
Inserir-me deserto dentro sobre as dunas
e parar na imensidão do horizonte.
Sossegando o cansaço da gravidade,
de todas as recordações e enganos
e, simplesmente, existir no crepúsculo
que, breve, desponta todos os dias.
Gostava de desistir!
Afundar-me no oceano, ser uma onda
e parar na areia infinita de uma praia,
desaparecendo por entre cada pedaço
e também os desejos, os sonhos
e, simplesmente, existir em cada grão,
tornando-me o infinito que não se encontra.
Gostava de desistir!
Elevar-me ao céu sobre as nuvens
e parar, aconchegar-me nas várias formas,
perdendo todos os contornos que sou
e também o tempo, passado e futuro
e, simplesmente, existir no presente,
em todas as formas e contornos possíveis.
Gostava de desistir!
Perder-me no espaço com as estrelas
e parar nos braços ternos de uma lua,
desintegrando-se todo o corpo palpável
e também o espírito e a alma
e, simplesmente, existir na eternidade,
num ponto qualquer do universo.
Gostava de desistir!
Mas não sei.
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2 comentários:
O melhor mesmo é um gajo continuar por aí, pró que der e vier...
É mesmo rff.
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