25/03/2010

rosas em mar de espinhos

Quero-te como se não existisse amanhã, quero-te como se ontem fosse um pedaço de chão que cultivei, quero-te como se hoje fosse o tempo que não controlo, quero-te como se agora fosse o momento em que me perco. Assim, só admito estar ao pé de ti, sempre e só junto a ti, se te puder beijar os lábios, acariciar o palato com a língua e conhecer todas as palavras na troca da saliva que fazemos, transformar o teu corpo num abraço de querer como só eu sei fazer. E respirar. Respirar o cheiro que sentia a fome, feito na pele da pele que cheirava, e, também, o sexo claro, porque teu, e, finalmente, saciar-me na recompensa da tua capacidade de acolhimento, piscares-me um olho cúmplice, sorrires e receber o meu amor, todo. Porque esta é única existência que quero, porque a vida não é um mar de rosas e ainda bem, porque os espinhos aleijam.

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