13/12/2009

mont blanc

No cume, a neve branca da montanha alonga-se, e, na preguiça estática da planície, caiem avalanches de sensações, alheia fica a amálgama de rochas que faz a montanha, varrida é a alma que tarda em reencontrar-se. Já no vale a neve, devagar, transforma-se, despertando os sentidos, atordoados, em água limpa, que, seguindo o seu curso, faz-se rio onde as sensações refrescam deixando-se levar. Naturalmente, todos os campos ficam verdes e coloridos, do leito nascem flores, plantas e animais, a fauna e a flora em fotossíntese constante, numa escala infinita onde o espaço se conquista e o tempo se perde. Neste espaço que é distante, neste tempo em que a vida corre, somos pequenos fragmentos da imensa natureza, que, indiferente, segue o seu rumo e destino também. Resta-nos o pensamento e a memória.

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